Quando foi a última vez em que você se permitiu não fazer nada?
O que mais ouvi dos meus consultantes ano passado foi que o ano está passando cada vez mais rápido, tentei lembrar-lhes que o tempo é um só, as horas são as mesmas, nós é que estamos acelerados demais. Nos tornamos seres multitarefas e nos acostumamos com esse fato de tal forma que nossa rotina chega ser automática no acúmulo de funções, assim, deixamos de perceber a falta que faz uma pausa. Mas será que conseguimos respeitar esse tempo de pausa? Será que realmente sentimos prazer em não fazer nada?
Quando cogito a hipótese do "não fazer nada" é no sentido real da coisa. Vejo muita gente falar que precisa descansar, de férias, de um tempo; mas quando esse tempo realmente chega é preenchido com inúmeras outras coisas. Não fazer nada é impensável e sentir prazer com isso é quase impossível. Coloca-se a culpa na globalização, na cultura ocidental e na era do imediatismo onde é necessário produzir, ser útil no trabalho, em casa, nas relações o tempo todo. Desta forma, esquecemos que não fazer nada é tão necessário quanto ser necessário o tempo todo.
Não fazer nada, neste contexto, é desligar-se fisico e mentalmente. Fazer algo que você gosta e que não faz por "não ter tempo"; são coisas simples. É dar-se a possibilidade de acordar tarde um dia na semana, é ficar à toa consigo mesmo. Sem celular, sem redes sociais, sem a obrigação de registrar o momento. Parar por um momento, dar conta de si, do que sente, do que quer, e fazer sem culpa, tendo a liberdade e a responsabilidade por si mesmo, sem obrigações sociais. É sentir a nós mesmos e as sutilezas da vida. Redescobrindo a capacidade de "não fazer nada" sentindo prazer com isso.
Quando foi a última vez que você parou para observar as cores do céu, as nuvens, as árvores; quando foi a última vez que você parou para se olhar no espelho e acariciou seu próprio corpo ou observou seus próprios pés e os batimentos do seu coração; quando foi a última vez que você colocou sua música preferida e dançou ou apenas ficou no seu sofá jogado ouvindo uma canção maravilhosa. Quando foi a última vez que tirou uma tarde para dormir (repor aquele sono atrasado).
Perdemos a capacidade de não fazer nada e quando estamos "ociosos" ficamos angustiados porque não sabemos "não fazer nada", não conseguimos mais ficar parados, ouvir o silêncio, olhar para o nada e, esvaziar a mente.
Pense nisso e redescubra as coisas simples que te fazem desacelerar.
Caso não consiga fazer isso sozinho, fale comigo, será um prazer te ajudar nessa descoberta.
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