Eu Sou Propriedade ou Prioridade nas Relações que Construo?
- milenefariaspsi
- 15 de fev. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de fev. de 2023

Muitos problemas de relacionamento provém do fato de não sabermos onde nos encaixamos. Qual é o seu lugar nessa relação?
Está cada vez mais comum criarmos relações com níveis de dependência e submissão elevados, seja no contexto familiar, escolar, íntimo e/ou profissional. Quando nos sentimos exauridos em uma relação, quando nos sentimos incompreendidos, não amados e incompletos em qualquer contexto mencionado acima devemos nos perguntar: Que lugar me cabe nesta relação?
Toda relação é desenvolvida através de três fatores: atenção, afeto e vínculo. Interagir com pessoas, trocar experiências e relacionar-se são características comuns do ser humano. Nos relacionamos com nossa família de origem, depois aprendemos a construir uma relação social na escola, na adolescência desprendemos gradativamente do vínculo familiar para desenvolver nossa própria identidade a partir da relação com grupos que constituem os mesmos ideais e na fase adulta inicia-se o processo de escolha de um (a) parceiro (a) para a construção de uma família, novo grupo, onde outras relações serão formadas.
Mas o que as relações que desenvolvemos ao longo de nossas vidas tem haver com propriedade e prioridade? Tudo! Essas palavras demonstram como essas relações são desenvolvidas. É preocupante observar que dentre vários tipos de problemas de relacionamentos, está cada vez mais comum, as relações onde indivíduos se apropriam do outro como se este fosse um objeto, tratando-o como PROPRIEDADE, ou seja, possuindo o domínio do outro, tendo controle total sobre suas escolhas e sua vida. Esse tipo de relação é tão sutil que a pessoa não percebe, normalizando padrões disfuncionais que será levado de geração para geração.
É necessário perceber que as relações disfuncionais não são só as íntimas. Pode estar na nossa família nuclear, pode ser no nosso ambiente de trabalho, pode ser você com outra pessoa ou vice-versa. Portanto, é importante nos conscientizarmos de que as relações sejam permeadas no que eu chamo de relação de PRIORIDADE, ou seja, baseada na individualidade, no respeito e na liberdade de escolhas. Entendendo que cada pessoa é única, composta de desejos, sonhos e vontades e que eu não cabe a mim determinar o que será da vida do outro, seja ele filho (a), companheiro (a), amigo (a) e etc.
Assim, pra mim, toda relação de PRIORIDADE deveria seguir a seguinte premissa:
"Eu faço as minhas coisas e você faz as suas. Não estou nesse mundo para viver de acordo com as suas expectativas. E nem você o está para viver de acordo com as minhas. Eu sou eu, você é você. E se por acaso nos encontrarmos, é lindo. Se não, não há nada a fazer" (Fritz Perls)
O mais importante aqui é saber determinar se você é o tipo de pessoa que sempre quer controlar a vida de todos ou o que deixa as pessoas ditarem as regras da sua vida. Tanto um quanto o outro vai desenvolver relações disfuncionais, que gerará muito sofrimento para todos. Na psicoterapia esse trabalho é possível, além de ser belíssimo de ver as pessoas se reconstituirem, encontrarem seu papel em cada relação, criarem autonomia e desenvolverem relações funcionais.
E você já viveu ou vive uma relação de propriedade?
Você se apropria da vida de outras pessoas nas suas relações?
Não consegue desenvolver uma relação de prioridade?
Como você se percebe nas suas relações?
Vamos conversar melhor sobre isso? Será um prazer te acolher nesta relação.
Grande abraço e até a próxima!
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